“O
hospital nosso de cada dia
Márcio Passos
Márcio Passos
O nosso querido Hospital Margarida completou 61
anos na última quinta-feira. Todos nós sabemos que aniversário, principalmente
de entidades ou afins, se comemora com pompas e circunstâncias apenas em datas
redondas, de década em década. Neste ano inovaram e resolveram comemorar,
também, os 61 anos. Perguntei-me o “porquê?” de tanta festa onde ainda se
reclama a falta de médicos e de humanização no relacionamento interno e no
atendimento. Não consegui responder.
Pensei na possibilidade do novo provedor ter percebido que os verdadeiros heróis da história do hospital estavam esquecidos. Será que homenageariam a memória de Louis Ensch, que mandou construir o hospital? Ou resolveram homenagear, de verdade, profissionais que dedicaram toda a vida para construir aquela história de referência da saúde em nossa região, entre eles médicos, enfermeiros e funcionários com anos ou décadas de dedicação? Quem sabe resolveram homenagear os anônimos da Sociedade São Vicente de Paulo e da sucessora Associação São Vicente de Paulo, realmente anônimos que trabalham pelo bem da coletividade? Estariam oportunizando os 61 anos para homenagear, como realmente merecem os voluntários amigos do Margarida que vencem todos os obstáculos para reunir a sociedade monlevadense em bingos e quermesses que anualmente levantam dinheiro vivo para o hospital? Ou, enfim, teriam percebido que passara da hora de homenagear tantos segmentos organizados da comunidade de João Monlevade e que nunca se furtaram a colaborar como parceiros em busca de solução para todos os problemas do hospital?
Pensei nestas e em outras possibilidades, mas me revelei, mais uma vez, redondamente enganado. Eles não pensaram nisso e dificilmente vão pensar. O foco deles é outro.
Pensei na possibilidade do novo provedor ter percebido que os verdadeiros heróis da história do hospital estavam esquecidos. Será que homenageariam a memória de Louis Ensch, que mandou construir o hospital? Ou resolveram homenagear, de verdade, profissionais que dedicaram toda a vida para construir aquela história de referência da saúde em nossa região, entre eles médicos, enfermeiros e funcionários com anos ou décadas de dedicação? Quem sabe resolveram homenagear os anônimos da Sociedade São Vicente de Paulo e da sucessora Associação São Vicente de Paulo, realmente anônimos que trabalham pelo bem da coletividade? Estariam oportunizando os 61 anos para homenagear, como realmente merecem os voluntários amigos do Margarida que vencem todos os obstáculos para reunir a sociedade monlevadense em bingos e quermesses que anualmente levantam dinheiro vivo para o hospital? Ou, enfim, teriam percebido que passara da hora de homenagear tantos segmentos organizados da comunidade de João Monlevade e que nunca se furtaram a colaborar como parceiros em busca de solução para todos os problemas do hospital?
Pensei nestas e em outras possibilidades, mas me revelei, mais uma vez, redondamente enganado. Eles não pensaram nisso e dificilmente vão pensar. O foco deles é outro.
A comemoração do 61º aniversário do hospital do povo
de João Monlevade teve como único objetivo servir de palanque eleitoral em
campanha antecipada para o deputado federal Rodrigo de Castro e para o filho
Tito, do conselheiro Mauri Torres, do Tribunal de Contas do Estado de Minas
Gerais.
A estratégia política é uma só, até porque eles
não sabem fazer diferente. Como o 62º aniversário não poderá ser explorado
politicamente porque a lei eleitoral não vai permitir no ano que vem,
decidiu-se explorar o 61º neste ano mesmo, apesar de ainda distante das eleições.
Combinaram dia e hora com o deputado, que foi recebido pelo prefeito filho do
conselheiro, o Teófilo Torres, e pelo presidente da Amepi, não filho, mas
também torrista, Fernando Rolla. Foram direto para a rádio de propriedade do
conselheiro, onde foram entrevistados pelo ex-prefeito também torrista, Carlos
Moreira. Tempo suficiente para Rodrigo “avisar” ao povo de Monlevade que o
governo de seu correligionário Teófilo é muito bom, que ruim foi o governo
anterior e que o monlevadense tem que agradecer o prefeito que tem. Para
completar, disse que trazia recursos para o hospital intermediados por Tito
Torres.
Intermediados por quem? Isso mesmo, Tito Torres,
o jovem e até poucos dias politicamente desconhecido filho do conselheiro e
que, agora, é candidato (pré-candidato é estória) a deputado. Conta outra
piada, meu caro deputado Rodrigo de Castro, sobre quem eu tinha até então uma
imagem menos feia. Resta provado por seu discurso que Rodrigo só conhece
Monlevade pelo que ouve da trupe torrista.
Encerrada a campanha pré-eleitoral na emissora (concessão pública) do conselheiro, a comitiva desceu rumo ao nosso (ou deles?) hospital. Repetiram o discurso que fizeram nas ondas do ar da Rádio Cultura e desapareceram entre os convidados para o almoço, onde eram esperados, inclusive, pelos funcionários. Não almoçaram, ninguém os viu mais, ninguém deu notícia, mas o mais bobo entre os patetas sabia que o destino da comitiva era o Sítio Xopotó, onde o conselheiro, com a regulamentar distância que mantém do povo, gosta de decidir o que é bom para o município.
No dia seguinte, não tinha pediatra no hospital e nem no Pronto Atendimento da prefeitura torrista. E isto, apesar de não fazer nenhuma diferença para eles, deixou muitos pais necessitados e indignados.
Encerrada a campanha pré-eleitoral na emissora (concessão pública) do conselheiro, a comitiva desceu rumo ao nosso (ou deles?) hospital. Repetiram o discurso que fizeram nas ondas do ar da Rádio Cultura e desapareceram entre os convidados para o almoço, onde eram esperados, inclusive, pelos funcionários. Não almoçaram, ninguém os viu mais, ninguém deu notícia, mas o mais bobo entre os patetas sabia que o destino da comitiva era o Sítio Xopotó, onde o conselheiro, com a regulamentar distância que mantém do povo, gosta de decidir o que é bom para o município.
No dia seguinte, não tinha pediatra no hospital e nem no Pronto Atendimento da prefeitura torrista. E isto, apesar de não fazer nenhuma diferença para eles, deixou muitos pais necessitados e indignados.
Enquanto isso, 80% dos moradores da cidade não
avaliam positivamente o governo Teófilo Torres, seu irmão vai ser deputado
porque não precisa dos votos daqui e todos eles, juntos, insistem em praticar a
velha política combatida e denunciada pelas manifestações populares que tomaram
conta das ruas em junho em todo o Brasil. O que será de nós? Que Deus nos tenha
em sua compaixão!”
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